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Geral Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2025, 16:17 - A | A

Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2025, 16h:17 - A | A

delação de Mauro Cid

Jair Bolsonaro pediu alteração da minuta do golpe para prender Moraes; "Não adesão de generais impediu golpe"

Afirmações estão na delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Lucione Nazareth/Fatos de Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) requereu aos seus aliados que fosse produzido um “documento duro” na tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No citado documento, requereu a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a realização de novas eleições, sob a justificativa de supostas fraudes no pleito. As informações constam na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, cujo sigilo foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Em depoimento prestado, Mauro Cid revelou que inicialmente Bolsonaro passou ao major da reserva do Exército, Ângelo Denicoli, a responsabilidade de encontrar algum elemento concreto de fraude nas urnas eletrônicas, contudo, o militar não identificou nenhuma irregularidade.

Segundo o ex-ajudante de ordens, Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro, foi a pessoa que apresentou ao ex-presidente um documento, elaborado em conjunto com um jurista (nome não divulgado), no qual determina as prisões dos ministros do Supremo, entre eles Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes; além das detenções do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e de outras autoridades que de alguma forma se opunham ideologicamente ao ex-presidente. Além disso, o citado documento decretava novas eleições.

Cid declarou que Jair Bolsonaro recebeu o documento, leu e alterou as ordens, mantendo apenas a prisão do ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições devido à fraude no pleito. 

Posteriormente, conforme o delator, o ex-presidente apresentou o documento aos generais com o intuito de entender a reação dos comandantes das Forças Armadas em relação ao seu conteúdo. 

O almirante de esquadra Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha, era favorável a uma intervenção militar, e afirmava que a Marinha estava pronta para agir, aguardando apenas a ordem do ex-presidente. Porém, ele condicionou a ação à adesão do Exército, pois não tinha capacidade sozinho para a intervenção militar. 

O brigadeiro Carlos de Almeida Baptista, comandante da Aeronáutica, era terminantemente contra qualquer tentativa de golpe de Estado, e afirmava de forma categórica que não ocorreu qualquer fraude nas eleições presidenciais. 

O general Marco Antônio Freire Gomes, que comandava o Exército, era um meio-termo. Ele não concordava como as coisas estavam sendo conduzidas, no entanto, entendia que não caberia um golpe de Estado, pois, segundo ele, as instituições estavam funcionando e que não foi comprovada até aquele momento nenhuma fraude nas eleições. 

Ainda segundo ele, não cabia às Forças Armadas realizar o controle constitucional e dizia que tudo que acontecesse seria um regime autoritário pelos próximos 30 anos, decorrente de um golpe militar. 

“Que como não teve apoio dos Comandantes do Exército e da Aeronáutica, a proposta de Felipe Martins não foi executada. Que acredita que o ex-presidente não assinaria esse documento”, diz trecho da delação.

Na denúncia apresentada nessa terça (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que a não adesão de Freire Gomes e de generais que comandavam as Regiões Militares "foi determinante para que o golpe não prosperasse". 

"A decisão dos generais, especialmente dos que comandavam Regiões, e do Comandante do Exército de se manterem no seu papel constitucional foi determinante para que o golpe, mesmo tentado, mesmo posto em curso, não prosperasse", diz a PGR.

Leia Mais - PGR denuncia Jair Bolsonaro e ex-integrantes do Governo por crimes contra democracia

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