Reprodução/Instagram/edutagliaferro

Na noite da última segunda-feira (1º), a Polícia Federal indiciou Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob acusação de violação de sigilo funcional com prejuízo à administração pública. O inquérito foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para avaliação. Segundo a Polícia Federal, Tagliaferro divulgou informações sigilosas obtidas enquanto ocupava cargo de confiança na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no TSE. As provas reunidas pela investigação incluem arquivos extraídos do celular do ex-assessor, que indicam que o vazamento ocorreu de forma intencional. No relatório de 21 páginas, a PF apontou que Tagliaferro compartilhou os dados com um jornalista, contrariando o dever de sigilo. "O diálogo deixa evidente que Tagliaferro divulgou informações obtidas durante sua função na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, informações estas que deveriam ser mantidas em sigilo", destaca o documento. Ainda segundo a PF, a motivação para o vazamento seria prejudicar a imagem do ministro Alexandre de Moraes, colocar em dúvida sua imparcialidade e gerar instabilidade no cenário político-social do país. A divulgação das informações sigilosas teria o potencial de afetar as investigações sobre organizações criminosas ligadas à disseminação de desinformação. Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) irá analisar o relatório da PF para decidir se apresenta uma denúncia formal à Justiça, solicita novas diligências ou arquiva o caso. Até o momento, Eduardo Tagliaferro não se manifestou sobre o indiciamento.

Relembre o Caso

A investigação contra Tagliaferro teve início após a publicação de reportagens no jornal Folha de S. Paulo, que sugeriam que Alexandre de Moraes teria utilizado o TSE para investigações extraoficiais contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. As matérias revelaram trocas de mensagens entre assessores do ministro, indicando que o gabinete de Moraes teria acionado a assessoria de combate à desinformação do TSE sem registros formais. Os diálogos apontam que Airton Vieira, fez solicitações informais a Tagliaferro para produzir relatórios internos. Foram identificados pelo menos vinte casos em que essas demandas foram feitas de maneira extraoficial. Eduardo Tagliaferro ocupava o cargo de chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no TSE até maio de 2023, quando deixou a função após ser preso por suspeita de violência doméstica contra a esposa. O caso segue em andamento, e novas decisões da PGR podem ser anunciadas nos próximos dias.  (Com CNN).

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